segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ao meu pai, que em mim revive

PAPAI, por algum tempo
Materializei meu silêncio
E abneguei a dor,
Pois as marcas da saudade
Tendem na eternidade
Traduzir tamanho ardor.
Um ano é que faz a conta
Mas a lembrança desponta
Meu crescimento em amor.

Não adianta dizer
Que o tempo vai apagar
Os anos todos vividos
E por mim compreendidos
Perante o teu labutar.
Um sofrimento profundo
Era o silêncio do mundo
No teu modo de falar.

Contemplei por tantas vezes
O teu gesto em calmaria
Pois na vida de trabalho
O teu maior agasalho
Estava no que seria:
Que era viver a vida
Numa forma destemida
E por razões de valia.


Quando fui surpreendida
PAPAI, tu não imaginas,
Silenciou tudo, enfim.
E a minha alma em pranto
Por aquele desencanto
Ficou de um jeito assim:
Nada mais me alegrava
Pois tudo o que eu precisava
Era te ter junto a mim.


Mesmo com o teu silêncio
Faço valer a lembrança.
Um ano já se passou
E o que eu tenho em mente
É que mesmo estando ausente
Teu carinho aqui ficou.
E se não fosse o pai que tive
O espírito que em mim vive
Não tinha o menor valor


Se fui capaz de escrever
Essa singela homenagem
Agradeço a ti, meu Pai
pela força e coragem.
E ao meu Deus a quem eu devo
A vida toda que tenho,
Obrigada, meu Senhor!
Pelas letras que desenho.

Sei que guardas o meu Pai
Como um filho recebido
E em proteção bem segura.
Por isso eu Te agradeço
Na relevância e apreço
Com palavras de ternura.
E faço valer por prece
Numa voz que emudece
Mesmo eu sendo criatura.

Obrigada, Ó meu Senhor
Pela força que me deste
Para resistir a dor.
Minha perda foi tamanha
Mas uma força estranha
Recebi do Salvador.
E elevo o pensamento
Louvando a todo momento
Esse Teu imenso amor.

(Liduina de Sousa, 19/06/2010)

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